Grave denúncia encaminhada ao jornalismo da Marazul Media aponta um suposto esquema de movimentação ilegal de recursos de filiados ao Partido Liberal (PL) de Balneário Piçarras, executado num esquema similar às “rachadinhas” – onde cargos comissionados da legenda pagariam valores entre 50 a 300 reais mensais – tabelados – ao presidente da legenda, Ângelo Margutte.
A situação já seria de conhecimento do presidente da Câmara de Vereadores de Balneário Piçarras, Lucas Maia (MDB) e envolveria os parlamentares do PL na Casa de Leis e seis respectivos cargos de confiança.
Fonte da Marazul encaminhou ao jornalismo prints e áudios nas vozes de uma integrante do diretório do PL com cargo de confiança na Câmara, e também do presidente Ângelo. Pelo menos 19 pessoas teriam sido chamadas a “rachar” os valores de seus salários para supostamente “pagar contas do PL” local. A origem seria um dos integrantes dos cargos, que teria vazado a conversa por não aceitar liberar os valores e como forma de denúncia da prática ilegal.
Entre estes áudios, três estão na voz de M., que inclusive, admite que teria criado uma nova chave pix em seu nome pessoal para o repasse dos valores mensais. Num dos áudios, M. assegura que teria ouvido “conselhos” para criar a nova chave e não mais usar seu CPF para receber o dinheiro dos salários.
A conta bancária seria específica para a mensalidade dos recursos dos comissionados e cargos eletivos – e a situação é debatida abertamente entre os integrantes de um grupo do whatsapp do partido. Pelo que apurou a Marazul, as conversas foram gravadas ou digitadas entre dias 7 e 30 de maio deste ano. Num dos prints, um dos contatos que reivindica os valores irregulares de um dos cargos de confiança parece ser evangélico, pois inicia a conversa com a citação “A paz do senhor Jesus Cristo”.
M. alega, num primeiro áudio, que criou a conta no “Pic Pay” e que não poderia “misturar” os valores; numa segunda gravação, aponta que há “valor para cda cargo”, e no terceiro, manda o número da conta. O depósito em contas frias ou irregulares vai contra o que estabelece a legislação.
Na voz do presidente Ângelo, outros três áudios. No primeiro, ele disse que o valor é para custear os gastos do PL; no segundo, que seria “espontâneo” – os prints, porém, indicado o contrário, pois estão “tabelados” os valores para o repasse do recurso “frio”; no segundo áudio, Margutte fala novamente em “colaboração” dos cargos da legenda. “É para manter diretório, água, luz e para quando a gente faz os nossos eventos”, frisa ele reforçando que o valor é para ser repartido “todos os meses”.
Ângelo ainda alega que está “pelo menos dez anos” custeando sozinho as despesas partidárias. Pela tabela do PL, secretários do governo do prefeito Tiago Baltt (MDB) filiados ao PL pagariam R$ 300; vereadores pagariam R$ 200 e demais filiados com cargos desembolsariam entre R$ 100 e R$ 50 cada.
O jornalismo da Marazul Media contatou nesta terça a assessora M., o presidente Ângelo e os demais citados, visando saber os motivos porque o dinheiro não seria coletado para um fundo legal do partido, e numa conta oficial. Não houve retorno até o fechamento da edição; procurada, a assessoria do presidente do Legislativo também não retornou. O espaço está aberto e nesta quarta-feira (27), o Radar Marazul, com Danilo Gomes, traz mais informações. A Prefeitura de Balneário Piçarras também foi consultada.
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Imagens: ILUSTRATIVA / MARCELO CAMARGO (AG. BRASIL) e REPRODUÇÃO / WHATSAPP / MARAZUL.




