Uma pesquisa realizada pela Serasa em parceria com o Instituto Opinion Box indica que os brasileiros devem adotar uma postura mais cautelosa nos gastos de fim de ano. O levantamento aponta que 54% dos consumidores pretendem gastar menos neste período, refletindo preocupações com despesas fixas, endividamento e a necessidade de organização financeira para o início de 2026.

Mesmo com a proximidade do Natal e do Réveillon, o orçamento segue no centro das decisões. De acordo com o estudo, 53% dos entrevistados afirmam que devem participar de algum tipo de confraternização de fim de ano. Entre esses, 76% estimam gastar até R$ 1.000 com ceia, presentes e encontros comemorativos.

As celebrações em família seguem como as mais comuns, citadas por 87% dos participantes, seguidas por festas corporativas, com 27%, e encontros entre amigos, mencionados por 23%. Para custear essas despesas, os entrevistados indicaram principalmente o uso do salário mensal, opção de 23%, do décimo terceiro salário, apontado por 18%, e, em alguns casos, a contratação de empréstimos, mencionada por 15%.

Apesar da cautela financeira, os eventos de fim de ano continuam tendo peso emocional. Seis em cada dez brasileiros consideram muito importantes celebrações como Natal, Réveillon e confraternizações. Ainda assim, 42% reconhecem que essas datas impactam diretamente o orçamento doméstico.

A preocupação com os gastos é expressiva. Segundo a pesquisa, 73% relatam receio em relação às despesas desse período e 68% afirmam já ter deixado de participar de comemorações em anos anteriores por estarem endividados. O desejo de controlar os custos se reflete na comparação com 2024: 54% dizem que vão gastar menos neste ano, principalmente para priorizar o pagamento de dívidas, citado por 39%, ou devido a débitos já acumulados, apontados por 22%.

O levantamento também mostra que o planejamento financeiro tem ganhado mais espaço entre os consumidores. Cerca de 60% afirmam se organizar especificamente para os gastos de fim de ano, e 46% dizem iniciar esse planejamento antes mesmo do mês de novembro.

Para a especialista em educação financeira da Serasa, Aline Vieira, a organização é fundamental nesse período. Segundo ela, o fim de ano tem um forte significado para os brasileiros, especialmente pela convivência com familiares e amigos, mas exige atenção para que as celebrações não comprometam o orçamento dos meses seguintes, que costumam concentrar despesas como IPTU, IPVA e rematrículas escolares.

A pesquisa foi realizada entre os dias 19 de novembro e 2 de dezembro de 2025, com 1.028 entrevistas online em todo o Brasil. A margem de erro é de três pontos percentuais.