Com apenas 18 anos, a paratleta Luana Maria, de Barra Velha, está prestes a viver uma experiência inédita: a estreia em uma competição nacional. Ela foi classificada para a 1ª etapa do Circuito Paralímpico, que será realizada neste fim de semana, em São Paulo, pelo Comitê Paralímpico Brasileiro. Luana vai competir no atletismo, na prova Petra T71, voltada para as atletas com paralisia cerebral, que utilizam um triciclo adaptado para correr.
A vaga veio em sua primeira participação em um torneio, no mês passado, em Florianópolis, quando ficou a apenas 3 segundos da marca da campeã brasileira. Quem acompanha de perto esse início promissor é o professor César Augusto.
“Ela vem se dedicando muito aos treinos, chega sempre focada e comprometida. Os tempos que tem feito estão dentro das nossas expectativas — inclusive, já se aproximou bastante da marca da primeira colocada no Brasil. Acredito que ela tem grande potencial para incomodar essa liderança. Treinamos de segunda a quinta, com uma rotina que mescla força e velocidade, e ela nunca falta. É disciplinada e determinada”, destacou César.
Família da paratleta Luana, de Barra Velha, destaca importância da conquista
Para a família, especialmente para a mãe, a emoção é ainda maior. Mais do que uma conquista esportiva, ela destaca a importância de ver a filha vivendo, de fato, um processo de inclusão por meio do esporte. Luana integra o projeto de paradesporto escolar da Prefeitura de Barra Velha que atende aproximadamente 84 alunos, inserindo-os em diversas modalidades.
“Num primeiro momento, é um sentimento indescritível. Só de ela estar participando, sendo realmente incluída ao lado de pessoas de diferentes níveis, já é algo muito gratificante para ela, como pessoa e como ser humano. Além disso, tem também o espírito da competição. Ela traçou uma meta importante, conseguiu alcançar, e estamos muito esperançosos de que tudo vai dar certo”, ressaltou a mãe.
Mesmo com a ansiedade natural que antecede uma competição desse porte, Luana mantém a calma e demonstra maturidade. Ela fala sobre a preparação e diz que está confiante.
“Está sendo muito intensa, com bastante treino. Essa semana treinei a semana toda praticamente. Estou confiante. Fiquei a três segundos de bater o record da menina, então eu tô confiante”, afirmou Luana.
A trajetória de superação de Luana também inspirou caminhos na própria família. A irmã, Ingrid Pereira, se formou em fisioterapia motivada pelos desafios e conquistas da atleta. Hoje, além de profissional da área, Ingrid tem a alegria de acompanhar Luana de perto nessa nova fase.
“Eu me lembro que, quando ela era pequena, disse: ‘Mãe, eu não quero mais fazer fisioterapia’. E aí o médico perguntou como era a rotina dela em casa. Como ela era muito ativa, ele disse que não precisava continuar, desde que estivesse bem. Foi nesse momento que eu passei a fazer fisioterapia também. E, hoje, depois que viemos para Barra Velha e ela começou a praticar atividades físicas, percebemos a importância de não parar. Eu passei a gostar ainda mais da fisioterapia e entendi o quanto isso ajuda — dá motivação, eleva a autoestima, traz força de vontade, nos faz acreditar que é possível superar os desafios. É maravilhoso”, enfatizou Ingrid.
Reportagem – Alan Rosa.
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