O recém iniciado monitoramento do Rio Iriri por meio do Instituto do Meio Ambiente de Penha (IMAPE), visando mapear o assoreamento desse trajeto e seus afluentes, busca soluções para evitar alagamentos na cidade – mas não é unanimidade entre ativistas ambientais.
Os ambientalistas cobram ações mais firmes na drenagem das áreas do município. As ações, segundo a Prefeitura, são voltadas para evitar transtornos para a população, e facilitar o escoamento das águas proporcionando mais vida ao Iriri. Mas a limpeza permanente das tubulações ainda é um desafio para a cidade.
Na avaliação do IMPAE, devido às fortes chuvas ocorridas nesta época do ano, o rio não consegue fazer o escoamento correto das águas, colocando grande parte da população de Penha em situação de alerta para alagamentos.
O responsável pelo setor do meio ambiente, Everaldo Lourival Francisco, o Bôdo, defende a ação recém iniciada. Segundo ele, a Defesa Civil do Estado vem constantemente emitindo alertas de alagamento.
“As ações são voltadas para o desassoreamento do Rio Iriri para que essa água possa escorrer melhor e não alagar o município, pois muitas regiões estão sendo alagadas”, adianta. “Então, o IMAPE está monitorando o leito e seus afluentes na maré baixa e alta, para ver o comportamento do rio nessas situações de emergências de pancada de chuva”, explicou.
O ativista ambiental, professor universitário e maricultor Gilberto Manzoni, entretanto, apesar de celebrar o monitoramento, observa que a ação, por si só, não é suficiente. “É uma medida interessante, mas na questão de alagamentos, deve ser focada a drenagem do município”, considera ele. “A gente precisa de um bom sistema de drenagem, tubos compatíveis com a vazão, com novas tubulações de no mínimo um metro de diâmetro para realmente absorver esse fluxo crescente de água.
Ainda na visão de Gilberto, a drenagem carece de permanente limpeza até mesmo de novas tubulações de Penha, que já estão entupidas. “Nossa drenagem é muito superficial. O Rio Iriri absorve tudo isso, então tem que dragar. Mas um bom sistema de drenagem é urgente, adequado à vazão de água crescente. E ainda há ligações clandestinas de esgoto que caem na rede pluvial”.
É interessante frisar que outra situação acompanhada pelo IMAPE está voltada aos pescadores da região, prejudicados nessa época, pois grande parte das embarcações não consegue navegar após a ponte da Avenida Nereu Ramos, devido ao assoreamento do Iriri, prejudicando os pescadores em seu trabalho diário.