O promotor Jean Michel Forest, da 9ª Promotoria de Justiça de Balneário Camboriú, instaurou uma notícia de fato para apurar denúncias de supostas fraudes envolvendo dois projetos ligados à igreja Bola de Neve. São eles a Casa das Anas e o Instituto para Empreendedoras.
A apuração levou em conta as denúncias publicadas nas redes sociais e na imprensa. O despacho do promotor foi assinado ainda na terça-feira, dia 20 de maio.
O MP vai apurar um possível desvio de recursos públicos através do projeto Casa das Anas, que acolhe vítimas de violência doméstica em Balneário Camboriú e que foi idealizado por uma pastora da Bola de Neve, e também para o Instituto para Empreendedoras (Ipê), que tem a mesma pastora como responsável. O procedimento não tem por objetivo apurar situações internas da igreja, segundo informou o DIARINHO.
O promotor enviou ofício para o prefeito de Balneário Camboriú, Fabrício Oliveira (PL), e para o secretário de Controle Governamental e Transparência Pública, Wagner Adilson Rogal, para que apresentem documentos entre o municípios e as entidades, para que sejam prestadas contas de todos os recursos públicos. A prefeitura de Balneário Camboriú ainda não se manifestou sobre o assunto.
Acusações de fraudes
No final de semana passado, Marcio Bieda Junior, ex-membro da igreja Bola de Neve, usou as redes sociais para expor denúncias contra a igreja – entre elas, desvio de recursos para os filhos dos pastores que dirigem a Bola de Neve montar um salão de beleza. Depois desta denúncia, outras surgiram, também de frequentadores da agremiação religiosa.
Em uma das publicações, os pastores da Bola de Neve são acusados de usar as cozinheiras que estariam a serviço do projeto Casa das Anas para trabalhar para a família deles. Em nota postada na página da Igreja, os pastores alegaram que servem à igreja há mais de 20 anos e, como interessados em projetos de impacto social positivo, atuam em frentes no Município que não são da Igreja Bola de Neve, e nem possuem relação nenhuma com o ministério religioso.
Eles afiram que o instituto supostamente envolvido em desvios “não chegou a acontecer” por falta de recursos financeiros, e que nunca fizeram tivemos retiradas financeiras do Ipê. “Nada do que foi doado jamais nos pertenceu: segue sendo cuidado por profissionais dedicadas, à espera de outros chamados a transformar aquele espaço em um lugar de edificação material e espiritual de nossas mulheres”, completaram.
“Todos os projetos e ações sociais em que nos envolvemos sempre foram feitos em amor e em comunidade, junto com outros irmãos da fé. Nunca de forma forçada ou imposta nos nossos cultos da igreja local”, finalizaram.

