O prefeito de Penha, Aquiles da Costa (MDB), desabafou contra o Governo do Estado nesta semana, em virtude do atendimento da Secretaria de Estado da Saúde em relação às cidades da microrregião da Associação de Municípios da Foz do Rio Itajaí-açu (AMFRI). O prefeito ainda frisou que está entrando com ação civil pública contra o Estado visando acelerar e garantir judicialmente o atendimento aos pacientes penhenses.
Em vídeo direcionado diretamente ao governador Jorginho Mello (PL) e à secretária estadual Carmen Zanotto (Cidadania), Aquiles insinua que está havendo direcionamento político-partidário no atendimento às demandas do setor por parte do atual governo – Aquiles não apoiou Jorginho Mello na eleição passada, no primeiro turno, tendo ficado com o apoio ao não-reeleito Carlos Moisés (Republicanos).
No vídeo, Aquiles se refere à entrega de ambulâncias confirmadas pelo Estado nesta segunda-feira, dia 20 de maio – uma delas para Penha. “Eu não quero uma ambulância; eu quero que vocês olhem para a região da Amfri, que a gente possa fazer um tratamento de um paciente com câncer com dignidade”, observou ele, lembrando que a AMFRI é justamente a região mais desenvolvida no Estado.
Entre os pedidos Aquiles pede que Penha tenha também como referência os hospitais de Brusque, e não só de Itajaí, região que na opinião do prefeito, representa muita demora no atendimento. “Eu quero referenciar os hospitais de Brusque; quero que tu respondas ao ofício, que tu digas que a gente vai ter duas, três referências como qualquer região do Estado e não só aqui no Marieta”, frisa ele, dirigindo-se diretamente a Jorginho e a Carmen Zanotto.
Segundo o prefeito, a dependência do Hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, faz com que os pacientes morram e não consigam ser tratados. “A minha ex-secretária de Saúde, a Regiane Basso, teve que pagar particular porque a gente não conseguiu encaminhar. O sistema de regulação é um limbo, é um buraco negro, é um voo às escuras, eu não consigo acompanhar meus pacientes, nenhum prefeito consegue, nenhum prefeito!”, reforçou o prefeito.
Aquiles cobrou condições de acompanhar a evolução dos pacientes em quimioterapia ou que precisam de exames, por exemplo. “A gente só fica sabendo quando esse paciente morre”. E completou: “uma ambulância leva as pessoas como se fossem uma mercadoria vencida para a porta do Marieta, para deixar eles lá no corredor, esperando a morte chegar”.
O prefeito de Penha também criticou a gestão estadual pela falta de vacinas contra dengue, apesar da epidemia. Para ele, é um absurdo a AMFRI ainda não estar vacinando; e cobrou ainda a questão das cirurgias eletivas. “Eu tenho gente com cirurgia para fazer marcada desde 2017, cirurgia de ombro. O Estado não faz a parte dele”, acusa, “Cada vez os Municípios têm que gastar mais “, acrescenta.
A reportagem da Rede Marazul contatou a assessoria da secretária Carmen Zanotto, que encaminhou no final desta tarde de segunda uma resposta com dados e estatísticas, que o leitor pode conferir abaixo. Em geral, a secretária pontuou que “os critérios de definição dos municípios contemplados para recebimentos das vacinas são feitos pelo Ministério da Saúde”. Sobre a questão dos pacientes de câncer, “que “existe sim a necessidade de expansão dos serviços para atendimento da população da Foz do Rio Itajaí e Grande Florianópolis”, e que nunca foram realizados tantos procedimentos cirúrgicos eletivos de pacientes internados na história de Santa Catarina”, como no atual governo.
