Major trans da PM catarinense teve promoção recusada sete vezes no Estado

A major Lumen Lohn Freitas, da Polícia Militar de Santa Catarina, teve a promoção para

Publicado em 28/11/2023 18h30

A major Lumen Lohn Freitas, da Polícia Militar de Santa Catarina, teve a promoção para tenente-coronel recusada sete vezes após se descobrir transgênero e pedir para adotar nome social dentro da corporação. Agora, ela ainda corre o risco de ser demitida da PM devido a um processo de exoneração que corre em sigilo desde que a major entrou com pedido de mudança de nome.

O caso foi divulgado no final de semana pelo jornal O Globo. O processo contra Lumen foi aberto em abril, por determinação do governador Jorginho Mello (PL), e é analisado por um colegiado no Conselho de Justificação. O objetivo é “avaliar a capacidade moral e profissional do referido oficial e a convivência de sua permanência nas fileiras da Polícia Militar”.

A corporação cita “relatos de condutas profissionais consideradas inadequadas, e que serão apuradas no decorrer do processo”, mas não explicou quais seriam essas condutas.

Nos documentos que deram origem ao processo, é mencionada a justificativa, sem detalhes, de que a major ficou mais de 1.325 dias, entre maio de 2019 e janeiro de 2022, afastada do trabalho pra tratamento de quadro de bipolaridade diagnosticado.

A major não vê como o caso poderia justificar um processo de demissão. “Foi feito testamento legal, visita da Junta e também não foi só o meu médico que me autorizou. Ou seja, não podem nem questionar esses afastamentos, porque a Junta Médica da Polícia, que é formada por três oficiais médicos, autorizou”, comentou ao portal Catarinas, logo após a abertura do processo ter ganhado repercussão nacional.

Lumen faz parte da corporação desde 1998. Entre 2019 e 2021 ela passou por tratamento contra depressão, e foi afastada sobre prescrição e acompanhamento médico. No ano passado, ela se descobriu pessoa transgênero e entrou com pedido de mudança de nome social na PM. Embora o processo tenha corrido de forma rápida e respeitosa, o caso foi parar no conselho, onde começam os procedimentos de exoneração.

“Quatro chefes se manifestaram favoravelmente à minha promoção. Mas a comissão vem decidindo contrariamente a todos eles”, comentou Lumen, na matéria. Na última data em que houve promoções de policiais, na sexta-feira passada, Lumen voltou a ficar fora da lista, pela sétima vez.

(Com informações do DIARINHO).

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Publicado em 28/11/2023 18h30

A violência contra a mulher tem sido debatida por organizações do litoral norte catarinense. As discussões tem avançado sobre os sistemas judiciários de atendimento às demandas femininas e são encabeçados pelo Coletivo Mulheres do Brasil em Ação (o CMBA). Em Balneário Piçarras, um espaço reservado que já existe para acolher mulheres vítimas de violência domésticas corre o risco de fechar por falta de verbas para manutenção que hoje conta com algumas doações e pessoal voluntário. Apenas no mês de janeiro em Balneário Piçarras foram decretadas dez medidas protetivas.

Movimento busca trazer atendimento para as mulheres vítimas de violência doméstica.
Movimento busca trazer atendimento para as mulheres vítimas de violência doméstica.

O CMBA também criou a primeira casa de referência de atendimento à mulher com equipe especializada que atua voluntariamente em Balneário Piçarras. A casa é sigilosa para reservar a integridade das mulheres violentadas, criadas unicamente com esforços da sociedade civil.

Um dos objetivos da organização é evitar o feminicídio e desde que o Coletivo começou a atuar nas principais cidades do litoral norte em 2019 não houve registro do crime.

A presidente da CMBA, Regina dos Santos, explicou que o espaço é um início para oportunizar o atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica para que seja possível oferecer orientação jurídica e psicológica, com atendimento de mulheres de diversas cidades. Ela comenta que essa criação foi iniciada apenas com esforços da sociedade civil sem ajuda governamental.

O CMBA se formou em 2018 em meio a uma festa designada Festa da Mulherada em Barra Velha que reuniu cerca de 100 mulheres que acompanharam palestras, expressões artísticas e caminhadas. A reunião se transformou no Coletivo e formou também 32 promotoras legais populares.

O secretário de Assistência Social de Balneário Piçarras, Paulo Debatin, foi questionado pela Rede Marazul para saber se há possibilidade de auxiliar o movimento. Na tentativa de auxiliar a iniciativa, ele indicou que o Serviço Único de Assistência Social (SUAS) pode prestar auxílio técnico ou financeiro às organizações da sociedade civil cadastradas junto ao SUAS. O mesmo avaliou a intenção do CMBA como uma iniciativa importante, mas que poderia apenas prestar o auxílio na inscrição junto ao sistema para formalização de parceria.

Confira o vídeo em que o secretário Paulo Debatin esclarece as possibilidades de parceria com o Coletivo Mulheres do Brasil em Ação:

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