Governo de Santa Catarina censura livros escolares de colégios em Florianópolis

A Secretaria de Educação de Santa Catarina censurou, na última terça-feira (8), nove livros escolares

Publicado em 10/11/2023 14h30

A Secretaria de Educação de Santa Catarina censurou, na última terça-feira (8), nove livros escolares que até então estavam à disposição de alunos de colégios em Florianópolis. O governo alega que são “obras violência em regimes autoritários e que tratam do nazismo”. Segundo ofício da secretaria, o material deve ser armazenado em “local não acessível à comunidade escolar”.

Foram vetados pela administração estadual os livros “Laranja Mecânica”, de Anthony Burgess, sob a justificativa de que “trata da violência em regimes autoritários”, e “Diário do Diabo”, que revela os segredos de Alfred Rosenberg, o maior intelectual do nazismo e homem de confiança de Adolf Hitler. “A Química Entre Nós”, livro sobre romance entre duas adolescentes, também foi censurado.

O ofício determinando a censura é assinado pelo supervisor regional de Educação do Estado, Waldemar Ronssem Júnior, e a integradora regional de educação, Analise dos Santos de Medeiros. Numa rede social, o suplente de vereador de Florianópolis Leonel Camasão (PSOL) criticou a medida e apresentou denúncia ao Ministério Público de Santa Catarina.

Resposta da Secretaria

Em resposta à revista CartaCapital, a Secretaria de Educação negou a censura e alegou que se trata de uma redistribuição das obras dentro da rede estadual.

“A Secretaria de Estado da Educação (SED), por meio da Coordenadoria Regional de Educação de Florianópolis, informa que está redistribuindo alguns dos títulos das bibliotecas das unidades escolares da região, buscando melhor adequar as obras literárias às faixas etárias das diferentes modalidades oferecidas na rede estadual de educação”.

A pasta, porém, não informou sobre o destino dos livros e nem quando essa redistribuição será feita. No ofício da secretaria, ainda são retiradas de circulação as obras “Donie Darko”, de Richard Kelly; “Coração Satânico”, de William Hjortsberg; “Lorraine Warren. Demonologistas. Arquivos Sobrenaturais”, de Gerald Brittle; “Exorcismo”, de Thomas B. Allen; “It: A Coisa”, de Stephen King e “Os 13 Porquês”, de Jay Ascher.

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A Secretaria de Educação de Santa Catarina censurou, na última terça-feira (8), nove livros escolares

Publicado em 10/11/2023 14h30

A violência contra a mulher tem sido debatida por organizações do litoral norte catarinense. As discussões tem avançado sobre os sistemas judiciários de atendimento às demandas femininas e são encabeçados pelo Coletivo Mulheres do Brasil em Ação (o CMBA). Em Balneário Piçarras, um espaço reservado que já existe para acolher mulheres vítimas de violência domésticas corre o risco de fechar por falta de verbas para manutenção que hoje conta com algumas doações e pessoal voluntário. Apenas no mês de janeiro em Balneário Piçarras foram decretadas dez medidas protetivas.

Movimento busca trazer atendimento para as mulheres vítimas de violência doméstica.
Movimento busca trazer atendimento para as mulheres vítimas de violência doméstica.

O CMBA também criou a primeira casa de referência de atendimento à mulher com equipe especializada que atua voluntariamente em Balneário Piçarras. A casa é sigilosa para reservar a integridade das mulheres violentadas, criadas unicamente com esforços da sociedade civil.

Um dos objetivos da organização é evitar o feminicídio e desde que o Coletivo começou a atuar nas principais cidades do litoral norte em 2019 não houve registro do crime.

A presidente da CMBA, Regina dos Santos, explicou que o espaço é um início para oportunizar o atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica para que seja possível oferecer orientação jurídica e psicológica, com atendimento de mulheres de diversas cidades. Ela comenta que essa criação foi iniciada apenas com esforços da sociedade civil sem ajuda governamental.

O CMBA se formou em 2018 em meio a uma festa designada Festa da Mulherada em Barra Velha que reuniu cerca de 100 mulheres que acompanharam palestras, expressões artísticas e caminhadas. A reunião se transformou no Coletivo e formou também 32 promotoras legais populares.

O secretário de Assistência Social de Balneário Piçarras, Paulo Debatin, foi questionado pela Rede Marazul para saber se há possibilidade de auxiliar o movimento. Na tentativa de auxiliar a iniciativa, ele indicou que o Serviço Único de Assistência Social (SUAS) pode prestar auxílio técnico ou financeiro às organizações da sociedade civil cadastradas junto ao SUAS. O mesmo avaliou a intenção do CMBA como uma iniciativa importante, mas que poderia apenas prestar o auxílio na inscrição junto ao sistema para formalização de parceria.

Confira o vídeo em que o secretário Paulo Debatin esclarece as possibilidades de parceria com o Coletivo Mulheres do Brasil em Ação:

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