Agricultor de Balneário Piçarras filma morro da antiga igreja após demolição: “só se vê uma árvore”

Para muitos, uma igreja, um casarão antigo ou uma construção em ruínas não passam disso:

Publicado em 21/09/2022 18h06

Para muitos, uma igreja, um casarão antigo ou uma construção em ruínas não passam disso: prédios antigos. Mas um vídeo que circulou na internet esta semana, mostra a tristeza de um agricultor de Rio Novo, no interior de Balneário Piçarras, ao ver que as ruínas da antiga Igreja de São Roque, demolida na semana passada, não estão mais no cenário que ele visualizava todos os dias.

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“O vazio… na nossa comunidade. Tirando um pedaço da gente. Não avisto mais, a gente não vê mais a torre”, comenta o agricultor, triste, ao filmar ao longe apenas o bananal existente e uma área de rizicultura. A igreja, cuja comunidade católica completa 100 anos agora em 2022, ficava em meio à plantação de banana, e os moradores mais antigos cogitavam iniciar um processo para sua preservação histórica.

“Só vê uma árvore em pé”, acrescenta o agricultor, lamentando a decisão de proprietários da área em derrubar a igreja. Desde a semana passada, quando o templo foi demolido, a reação – em sua maioria, negativa – foi imediata não apenas entre os agricultores devotos de São Roque e Nossa Senhora do Caravaggio, mas também em todo o município.

A Rede Marazul registrou ainda a fala de um ouvinte de Curitiba, Paraná, proprietário de imóvel em Balneário Piçarras, que lamentou a demolição. Sidnei Costa entrou em contato para manifestar solidariedade à professora Elizabete Tamanini e todo o restante da comunidade, que protestou contra a demolição da igreja, localizada em área particular.

Sidnei tem propriedade no bairro Itacolomi, onde veraneia, e frisou à reportagem que a Igreja São Roque – dedicada também à Nossa Senhora do Caravaggio, referência para muitos descendentes de imigrantes italianos – tinha “importância para muita gente”. A igreja, mesmo em ruínas, era importante patrimônio do interior piçarrense, e os proprietários do imóvel, anos atrás, doaram uma área de terras para a construção do novo templo católico. Mas eles já estavam há tempos cogitando a demolição da igreja antiga.

A professora, em entrevista à Rádio Marazul, de Piçarras, disse estar “arrasada”. “Eu vi passar o trator em cima de 100 anos da nossa história. Uma comunidade pequena, agricultora, que sempre esteve longe das políticas públicas, honrava sua igreja, mas não conseguiu proteger por falta de recursos”, considerou. “Estamos há anos lutando para preservar esse patrimônio histórico, para fazer um santuário ”, completou. A comunidade agora estuda uma ação judicial para impedir que os tijolos sejam extraviados. Os proprietários responsáveis pela demolição, procurados pela Marazul, não quiseram se posicionar.

Vídeo foi filmado por agricultor que lamenta a demolição do prédio histórico nos 100 anos de aniversário da comunidade católica./Reprodução.

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Publicado em 21/09/2022 18h06

Para muitos, uma igreja, um casarão antigo ou uma construção em ruínas não passam disso: prédios antigos. Mas um vídeo que circulou na internet esta semana, mostra a tristeza de um agricultor de Rio Novo, no interior de Balneário Piçarras, ao ver que as ruínas da antiga Igreja de São Roque, demolida na semana passada, não estão mais no cenário que ele visualizava todos os dias.

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“O vazio… na nossa comunidade. Tirando um pedaço da gente. Não avisto mais, a gente não vê mais a torre”, comenta o agricultor, triste, ao filmar ao longe apenas o bananal existente e uma área de rizicultura. A igreja, cuja comunidade católica completa 100 anos agora em 2022, ficava em meio à plantação de banana, e os moradores mais antigos cogitavam iniciar um processo para sua preservação histórica.

“Só vê uma árvore em pé”, acrescenta o agricultor, lamentando a decisão de proprietários da área em derrubar a igreja. Desde a semana passada, quando o templo foi demolido, a reação – em sua maioria, negativa – foi imediata não apenas entre os agricultores devotos de São Roque e Nossa Senhora do Caravaggio, mas também em todo o município.

A Rede Marazul registrou ainda a fala de um ouvinte de Curitiba, Paraná, proprietário de imóvel em Balneário Piçarras, que lamentou a demolição. Sidnei Costa entrou em contato para manifestar solidariedade à professora Elizabete Tamanini e todo o restante da comunidade, que protestou contra a demolição da igreja, localizada em área particular.

Sidnei tem propriedade no bairro Itacolomi, onde veraneia, e frisou à reportagem que a Igreja São Roque – dedicada também à Nossa Senhora do Caravaggio, referência para muitos descendentes de imigrantes italianos – tinha “importância para muita gente”. A igreja, mesmo em ruínas, era importante patrimônio do interior piçarrense, e os proprietários do imóvel, anos atrás, doaram uma área de terras para a construção do novo templo católico. Mas eles já estavam há tempos cogitando a demolição da igreja antiga.

A professora, em entrevista à Rádio Marazul, de Piçarras, disse estar “arrasada”. “Eu vi passar o trator em cima de 100 anos da nossa história. Uma comunidade pequena, agricultora, que sempre esteve longe das políticas públicas, honrava sua igreja, mas não conseguiu proteger por falta de recursos”, considerou. “Estamos há anos lutando para preservar esse patrimônio histórico, para fazer um santuário ”, completou. A comunidade agora estuda uma ação judicial para impedir que os tijolos sejam extraviados. Os proprietários responsáveis pela demolição, procurados pela Marazul, não quiseram se posicionar.

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