Cadê as árvores? | Danilo Gomes

Publicado em 21/02/2022 14h50

Quem quer praia quer sombra e água fresca, essa é uma constatação milenar, mas, infelizmente, parece que nossos governantes não sabem disso ou fingem não saber. Na verdade dá para imaginar porquê alguns gestores priorizam o aspecto paisagístico em detrimento do meio ambiente e do conforto das pessoas. Não fosse assim, teríamos alguns espaços como a Praia Central de Barra Velha, por exemplo, infestada de árvores frutíferas, sombreiros e outros.

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Surpreendentemente, o que se vê são coqueiros totalmente alheios ao nosso habitat, predominando ao longo do litoral, sem oferecer o mínimo de sombra, uma das maiores procuras de quem está al mare. Na verdade, é difícil entender os verdadeiros motivos porque não temos uma aprazível e confortável floresta espalhada pela nossa orla, seja em Barra Velha e mesmo em outras cidades do litoral norte, onde a arborização deixa a desejar.

Qualquer criança sabe que plantar árvores é uma das formas mais perfeitas para reverter os impactos ambientais que a própria sociedade acabou gerando à natureza. Não há como deixar de lembrar, por exemplo, da recente catástrofe que deixou o Rio de Janeiro de luto, com a morte de mais de uma centena de pessoas, quando um morro inteiro, literalmente, derreteu. Há vários motivos para o morro ter desabado, mas, seguramente, uma dessas causas está na falta de árvores no local.

Somente a abundância de arborização é capaz de dar sustentação a qualquer terreno, pois sabemos que não há técnica mais eficaz para sedimentar uma área de terra, notadamente nas encostas de morros e rios, do que a técnica de plantar árvores, sejam elas frutíferas ou nativas reflorestadas. Trata-se de práticas seguras e eficazes, além de econômicas, quando comparadas aos demais modelos de regeneração do nosso ecossistema. A boa notícia é que não é tarde para reparar o erro.

Estamos diante de um erro histórico de algum gestor mal assessorado. No caso de Barra Velha, em algum dia qualquer alguém teve a “brilhante” idéia de substituir os velhos sombreiros por uma fileira de coqueiros sem qualquer benefício prático para os moradores locais e veranistas. E não adianta tentar justificar sob o argumento de que as raízes do sombreiro são destruidoras ou que suas folhas causam muita sujeira.

No caso das raízes, hoje temos técnicas capazes de levar os suportes do sombreiro para as profundezas da terra, através da devida canalização por tubos de concreto. Quanto a “sujeira” das folhas, sabemos não requer prática nem habilidade, bastaria entregar a tarefa para o mesmo capricho dos profissionais da Secretaria de Obras, que cuidam com tanto esmero dos cantores de flores plantados ao longo de nossas avenidas.

Para encerrar, é bom destacar uma informação técnica, lembrando que um sombreiro adulto pode absorver cerca de 250 litros de água da terra por dia, idêntico benefício de outros tantos tipos de árvores, seja na área urbana ou fora dela. Esse procedimento contribuiria, decisivamente, para se não evitar, pelo menos reduzir o deslizamento de encostas e, por consequência, as constantes tragédias, aqui e acolá. Como se vê, não requer prática nem habilidade, mas força de vontade. Portanto, mãos à obra.

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Publicado em 21/02/2022 14h50

Quem quer praia quer sombra e água fresca, essa é uma constatação milenar, mas, infelizmente, parece que nossos governantes não sabem disso ou fingem não saber. Na verdade dá para imaginar porquê alguns gestores priorizam o aspecto paisagístico em detrimento do meio ambiente e do conforto das pessoas. Não fosse assim, teríamos alguns espaços como a Praia Central de Barra Velha, por exemplo, infestada de árvores frutíferas, sombreiros e outros.

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Surpreendentemente, o que se vê são coqueiros totalmente alheios ao nosso habitat, predominando ao longo do litoral, sem oferecer o mínimo de sombra, uma das maiores procuras de quem está al mare. Na verdade, é difícil entender os verdadeiros motivos porque não temos uma aprazível e confortável floresta espalhada pela nossa orla, seja em Barra Velha e mesmo em outras cidades do litoral norte, onde a arborização deixa a desejar.

Qualquer criança sabe que plantar árvores é uma das formas mais perfeitas para reverter os impactos ambientais que a própria sociedade acabou gerando à natureza. Não há como deixar de lembrar, por exemplo, da recente catástrofe que deixou o Rio de Janeiro de luto, com a morte de mais de uma centena de pessoas, quando um morro inteiro, literalmente, derreteu. Há vários motivos para o morro ter desabado, mas, seguramente, uma dessas causas está na falta de árvores no local.

Somente a abundância de arborização é capaz de dar sustentação a qualquer terreno, pois sabemos que não há técnica mais eficaz para sedimentar uma área de terra, notadamente nas encostas de morros e rios, do que a técnica de plantar árvores, sejam elas frutíferas ou nativas reflorestadas. Trata-se de práticas seguras e eficazes, além de econômicas, quando comparadas aos demais modelos de regeneração do nosso ecossistema. A boa notícia é que não é tarde para reparar o erro.

Estamos diante de um erro histórico de algum gestor mal assessorado. No caso de Barra Velha, em algum dia qualquer alguém teve a “brilhante” idéia de substituir os velhos sombreiros por uma fileira de coqueiros sem qualquer benefício prático para os moradores locais e veranistas. E não adianta tentar justificar sob o argumento de que as raízes do sombreiro são destruidoras ou que suas folhas causam muita sujeira.

No caso das raízes, hoje temos técnicas capazes de levar os suportes do sombreiro para as profundezas da terra, através da devida canalização por tubos de concreto. Quanto a “sujeira” das folhas, sabemos não requer prática nem habilidade, bastaria entregar a tarefa para o mesmo capricho dos profissionais da Secretaria de Obras, que cuidam com tanto esmero dos cantores de flores plantados ao longo de nossas avenidas.

Para encerrar, é bom destacar uma informação técnica, lembrando que um sombreiro adulto pode absorver cerca de 250 litros de água da terra por dia, idêntico benefício de outros tantos tipos de árvores, seja na área urbana ou fora dela. Esse procedimento contribuiria, decisivamente, para se não evitar, pelo menos reduzir o deslizamento de encostas e, por consequência, as constantes tragédias, aqui e acolá. Como se vê, não requer prática nem habilidade, mas força de vontade. Portanto, mãos à obra.

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