Vamos plantar dinheiro

O homem é um animal que pensa — e pensa que não é um animal. Esta é a única explicação que encontro para o comportamento atual da humanidade, mergulhada numa espécie de auto extinção.
Que nossas florestas estão desaparecendo, todo mundo sabe.

Que não temos mais mata ciliar, todo mundo sabe.
Que as queimadas estão destruindo o Brasil, sabemos.
Que criaram a COP para enfrentar tudo isso, todo mundo sabe.

E que a COP do clima, mais uma vez, pode terminar em nada ou quase nada, também sabemos.
O que ninguém sabe, é como a COP 30 poderá resolver todos esses desafios. Pelo menos uma coisa ficou clara na conferência do clima em Belém: os países que mais poluem, continuam empurrando com a barriga qualquer medida capaz de enfrentar as verdadeiras ameaças climáticas.

A COP 30, serviu enfim, para que o Brasil passasse a sacolinha em busca de recursos para o chamado Fundo de Proteção das Florestas. Durante décadas, o Brasil e outros países poluidores deixaram de plantar árvores; derrubaram ou queimaram as que existiam — e o resultado está aí, diante das catástrofes climáticas nos quatro cantos do mundo.
Resumindo a ópera: nossos governantes, pródigos em produzir poluição esqueceram de plantar árvores e agora querem plantar dinheiro. Esqueceram, como se diz, que dinheiro não nasce em árvore.

A COP 30 cumpriu uma agenda interminável, em busca de soluções para proteger o meio ambiente, mas pouco se ouviu falar, por exemplo, de recursos como o chamado “Projeto Esponja”, idealizado pelos chineses como alternativa para recuperar diferentes tipos de biomas.

Confesso que estava curioso para saber um pouco mais sobre o Projeto Esponja, mas, infelizmente, terei de esperar pela próxima COP. Enquanto isso, nossas florestas continuarão desaparecendo.
Literalmente. Quem viver, verá