Um crime tipificado é crime em qualquer época do ano, mas a inaceitável farra do boi tem encontrado novos registros nas últimas semanas no litoral catarinense – em cidades como Navegantes, Itapema e Porto Belo, neste final de semana, ou seja, fora da época de Quaresma, em que a prática antigamente era tida como “tradição” de base luso-açoriana. Na madrugada de hoje, 23 de maio, a Polícia Militar de Navegantes recebeu diversas denúncias da prática, no bairro São Pedro, o popular Pontal, com resgate de um animal já machucado.
O comando da PM autorizou o reforço do policiamento durante a madrugada, e segundo a corporação, foi possível observar as características típicas de farristas: pessoas na rua soltando fogos de artifício – o que está proibido na cidade –e também muita algazarra.
Por volta das 9h30, a guarnição efetuou rondas no Pontal, e recebeu nova denúncia que um boi estaria dentro d’água do mar. Os PMs entraram no porto seco e durante buscas encontraram o animal de médio porte amarrado embaixo de uma árvore, com marcas e machucados.
Uma empresa foi chamada para recolhimento do animal. Após o recolhimento, a guarnição lavrou o boletim de ocorrência, mas não foi possível identificar os organizadores e os participantes do crime. Nas redes sociais, a vereadora Sol Dapper (DEM), autora da lei que proíbe fogos de artifício com barulho, reagiu e cobrou maior fiscalização na cidade, tanto contra farristas quanto com relação a esse tipo de foguetório.
Houve ainda sete registros na Polícia Militar de Itapema, com vários vídeos de bois soltos pela cidade durante a madrugada. A PM não conseguiu regatar o animal nem prender os farristas em Itapema. A prática da farra do boi é crime desde 1998, e se identificados, responsáveis ou participantes estão sujeitos a multa de R$ 10 mil.