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Morre Maria da Conceição Pereira, 71, organizadora da Festa de Nossa Senhora do Rosário de Balneário Piçarras

Publicado em 15/08/2025 23h28 | Atualizado há 68 dias

Uma das vozes mais atuantes do movimento negro em Itajaí e Balneário Piçarras faleceu hoje, sexta-feira (15), aos 71 anos: a professora aposentada Maria da Conceição Pereira, liderança da luta antirracista regional.

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O velório será a partir das 23h desta sexta, no Cemitério do bairro Fazenda, e o sepultamento está previsto para as 11h deste sábado. Amigos e familiares destacaram, nas redes sociais, sua força e fé: “Ficam as lições, a luta e a certeza de que a vida da D. Conceição continua em nós e em todos os lugares por onde passou e plantou sua história”. Ela foi vitimada por problemas cardíacos.

Nascida em Itajaí, em 1954, Conceição dedicou décadas à valorização da cultura afro-brasileira. Foi organizadora da tradicional Festa do Rosário de Balneário Piçarras desde os anos 1990, coroada rainha do evento em 2017, e, até recentemente, seguia responsável pelo cerimonial e pela articulação com a Igreja.

Segundo apurou a jornalista Franciele Marcon, do Diário do Litoral, Conceição atuou como professora da rede estadual, fundou o Instituto Isabel Costa de Inclusão Social e assumiu, em 2005, a coordenadoria da Promoção da Igualdade Racial de Itajaí, no primeiro governo Volnei Morastoni (MDB).

Pesquisadora e militante, defendia uma educação antirracista e a valorização da história da população negra. “Ser negro é questão de atitude, de assumir de coração e de alma toda essa história”, dizia. Para ela, a luta contra o preconceito exigia “a construção de um novo saber” e a formação de professores comprometidos com a igualdade racial.

Ainda neste ano de 2025, ela celebrou a definição da enfermeira Maria Paulina como rainha da festa de Balneário Piçarras. Em entrevistas, a professora reforçava que a consciência negra não era responsabilidade apenas dos afrodescendentes, mas de toda a sociedade. “O que falta é consciência. Muitos se negam a aprender, a conhecer. E é dessa negação que nascem o racismo e o preconceito”, afirmava. Com sua partida, Itajaí perde uma referência na defesa dos direitos humanos e na preservação da memória e cultura afro-brasileira.

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Imagens: DIVULGAÇÃO /

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Luto

Uma das vozes mais atuantes do movimento negro em Itajaí e Balneário Piçarras faleceu hoje, sexta-feira (15), aos 71 anos: a professora aposentada Maria da Conceição Pereira, liderança da luta antirracista regional.

Por Juvan Neto

Publicado em 15/08/2025 23h28 | Atualizado há 68 dias

Uma das vozes mais atuantes do movimento negro em Itajaí e Balneário Piçarras faleceu hoje, sexta-feira (15), aos 71 anos: a professora aposentada Maria da Conceição Pereira, liderança da luta antirracista regional.

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O velório será a partir das 23h desta sexta, no Cemitério do bairro Fazenda, e o sepultamento está previsto para as 11h deste sábado. Amigos e familiares destacaram, nas redes sociais, sua força e fé: “Ficam as lições, a luta e a certeza de que a vida da D. Conceição continua em nós e em todos os lugares por onde passou e plantou sua história”. Ela foi vitimada por problemas cardíacos.

Nascida em Itajaí, em 1954, Conceição dedicou décadas à valorização da cultura afro-brasileira. Foi organizadora da tradicional Festa do Rosário de Balneário Piçarras desde os anos 1990, coroada rainha do evento em 2017, e, até recentemente, seguia responsável pelo cerimonial e pela articulação com a Igreja.

Segundo apurou a jornalista Franciele Marcon, do Diário do Litoral, Conceição atuou como professora da rede estadual, fundou o Instituto Isabel Costa de Inclusão Social e assumiu, em 2005, a coordenadoria da Promoção da Igualdade Racial de Itajaí, no primeiro governo Volnei Morastoni (MDB).

Pesquisadora e militante, defendia uma educação antirracista e a valorização da história da população negra. “Ser negro é questão de atitude, de assumir de coração e de alma toda essa história”, dizia. Para ela, a luta contra o preconceito exigia “a construção de um novo saber” e a formação de professores comprometidos com a igualdade racial.

Ainda neste ano de 2025, ela celebrou a definição da enfermeira Maria Paulina como rainha da festa de Balneário Piçarras. Em entrevistas, a professora reforçava que a consciência negra não era responsabilidade apenas dos afrodescendentes, mas de toda a sociedade. “O que falta é consciência. Muitos se negam a aprender, a conhecer. E é dessa negação que nascem o racismo e o preconceito”, afirmava. Com sua partida, Itajaí perde uma referência na defesa dos direitos humanos e na preservação da memória e cultura afro-brasileira.

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