Em Araquari, indígenas da tribo Tarumã se mobilizam contra a aprovação da PDL 717/2024, projeto que revoga a demarcação da Terra Indígena Morro dos Cavalos, localizada em Palhoça. O território é reconhecido como tradicional pelos povos Guarani e Kaingang, mas a proposta em debate no Congresso ameaça esse direito. Em protesto, membros da aldeia Tarumã anunciaram que pretendem bloquear a BR-101 nesta segunda-feira, dia 9 de junho, durante a manhã. A Polícia Rodoviária Federal já foi comunicada sobre a manifestação.
“Essa lei afeta todos os territórios Guarani em todo o Brasil. Por isso, vamos realizar uma manifestação aqui na região norte de Santa Catarina, no território Kaingang e Guarani. Hoje estamos preparando cartazes para fortalecer também nossos parentes que estão participando do mesmo movimento, que chamamos de paralisação nacional. Diversos estados estão realizando as mesmas ações que nós”, destacou o cacique e coordenador da comissão guarani Yvyrupã, Vilson Moreira.
O PDL 717/2024, de autoria do senador Esperidião Amin, quer anular a demarcação da Terra Indígena Morro dos Cavalos, em Palhoça, homologada em dezembro de 2024. O parlamentar argumenta que o território não estava ocupado por indígenas em 1988 — data definida como referência pelo chamado “marco temporal”. A proposta também alega falhas no processo de demarcação e falta de consulta a órgãos locais. Apesar do projeto tratar exclusivamente do Morro dos Cavalos, em Palhoça, o líder indígena Vilson Moreira acredita que essas decisões podem colocar em risco o território Tarumã, em Araquari, que está em processo final de homologação.
Para a cacique da aldeia Tarumã, Andreia Moreira, a tentativa de cancelar a demarcação das terras indígenas representa um ataque direto aos direitos dos povos originários. Em tom de indignação, ela define o momento como uma verdadeira luta pela sobrevivência.
“Essa lei aprovada agora desrespeita a Constituição. O governo criou essas garantias para proteger nosso direito, nosso modo de viver em cada território, os nossos costumes. Para nós, povo Guarani, essa é uma luta muito difícil, uma luta sangrenta”, destacou Andreia.
Reportagem – Alan Rosa.
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