Adeptos da doutrina religiosa de Umbanda, de tradição de matriz africana, protocolaram na Câmara de Vereadores de Barra Velha uma carta de repúdio e um pedido por justiça diante dos ataques sofridos por autointitulados neonazistas que ameaçaram destruir a Casa de Ogum e Iansã, no bairro Quinta dos Açorianos, e também participaram da sessão legislativa desta terça-feira (13), no Plenário Getúlio Bittencourt.
Liderados por Adailton da Rocha, o Pai Rocha, que coordena a casa religiosa na Quinta dos Açorianos, os umbandistas manifestaram seu pedido por tolerância, liberdade religiosa e respeito à Constituição. Pai Rocha marcou presença ao Legislativo acompanhado de diversos pais e mães de santo.
A carta solicitou apoio das autoridades legislativas e executivas para garantir a liberdade religiosa e combater atos de intolerância na cidade – como o ocorrido no dia 7 – ou em qualquer outro ponto do País. Os umbandistas lembraram que a ameaça configura clara apologia ao nazismo, crime previsto na Lei nº 7.716/1989, com pena de reclusão de 2 a 5 anos.
“Não permitiremos que ideologias fascistas cresçam e se fortaleçam em nossa sociedade”, reforçou o trecho da carta do povo de santo; “o fascismo visa a opressão e supressão de direitos”, apontou o texto, em outro trecho. “Queremos garantir que todas as expressões de fé sejam respeitadas”, acrescentou.
A Polícia Civil de Santa Catarina instaurou um inquérito para apurar os responsáveis e adotar as medidas legais cabíveis. O panfleto instalado na casa, redigido com vários erros de português, era uma mensagem do autointitulado “Partido Nacional Integralista dos Trabalhadores Brasileiros” e continha símbolos e referências nazistas associadas ao regime de Adolf Hitler. A ameaça era de “destruição” do terreiro.
Em plenário, o apoio veio dos vereadores Nelson Feder (Podemos), Rubinho Francisco (PL), Rui Machado (PP) e Peterson Santos (PSD), em solidariedade aos umbandistas participantes da sessão. “Espero que a Polícia Civil cumpra seu papel e vá a fundo contra aqueles que atentaram contra essa instituição tão importante”, reforçou Rui Machado”, lembrando que é defensor da liberdade religiosa e quer ver punidos os que atentaram contra a religião de Umbanda.
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Foto: DIVULGAÇÃO / MARAZUL.
