Um brutal episódio de tentativa de feminicídio marcou este dia sábado (19), no bairro Itajuba, em Barra Velha. Uma mulher da comunidade foi atacada pelo ex-marido, contra quem já tinha medida protetiva em vigor, foi sequestrada de sua casa e ao fugir do veículo, em movimento, foi por ele atropelada e ferida. A situação tomou contornos ainda mais graves pois teria sido pedido socorro para a Polícia Militar local, sem retorno e sem atendimento à vítima. A prisão preventiva do agressor já foi solicitada.
Segundo relato da mulher repassado por fontes ao Jornalismo Marazul, o homem teria invadido a residência da vítima pela manhã, após arrombar o portão, fazendo ameaças de morte. Mais tarde, ele retornou pelo menos duas vezes, e a convenceu a entrar em seu veículo sob o pretexto de conversar.
Ele ligou o carro e durante o trajeto, a mulher, temendo por sua segurança, decidiu se jogar da caminhonete ainda em movimento. Na tentativa de fuga, ela acabou atropelada intencionalmente pelo agressor, sofrendo uma fratura exposta na perna esquerda.
O Jornalismo Marazul apurou que a advogada Helena Regina Werka, que representa a mulher vítima do atentado, questionou o atendimento da Polícia Militar antes do meio-dia. Mas a corporação alegou que foi ao local e que como o agressor não estava mais na casa da vítima, nada poderia fazer.
A situação agravou-se e, por volta das 14h, a advogada informa que a vítima estaria novamente diante do agressor, que a essa altura, estava com arma branca e tentando arrombar a porta da casa dela. As mensagens foram apuradas junto a um grupo de Whatsapp, mostrando a indignação da advogada pelo fato de a PM não atender a ocorrência; a mesma advogada pede ainda pelo plantão da Polícia Civil local.
A vítima foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e encaminhada ao Pronto Atendimento de Barra Velha, no centro da cidade. O suspeito fugiu após o crime e ainda não foi localizado. A Marazul tentou contato com a Polícia Militar, para apurar a versão dos PMs, sem retorno – e assegura espaço aberto às forças de segurança para essa versão.
“As intenções ele deixou claras. Inclusive constam nos boletins de ocorrência que ele vai matá-la e depois tirar própria vida”, observou Helena à reportagem. A vítima, segundo a defensora, está num hospital da região, passa por exames para avaliar a extensão dos ferimentos, já que teve fratura exposta, e seus familiares seguem temendo por sua vida.
CMBA e Comissão da OAB
O Coletivo Mulheres do Brasil em Ação (CMBA), também ouvido pela Marazul, está se inteirando do caso, para oferece sua estrutura a eventual acolhimento e reforço de proteção da vítima. Já a advogada Tatiane Knapik, presidente da comissão de Combate à Violência Doméstica da Subseção da OAB, também acompanha o caso.
Tatiane confirma a versão da vítima e disse que o homem teria por três vezes tentado entrar na casa da ex, conseguindo seu intento na terceira tentativa. “Ele tentou três vezes. Tanto a mãe como a irmã já fizeram o boletim de ocorrência, e também ameaçou as duas, que também precisam da medida protetiva”, revelou a coordenadora da comissão.
A advogada pondera, entretanto, que está dialogando com a PM e prefere não falar diretamente em “negligência”. Porém, confirma que vai solicitar à corregedoria da PM detalhes sobre como foi o atendimento por parte dos policiais. “Ele veio a primeira vez, saiu, depois voltou, tentou invadir, e na terceira vez chegou até ela. Mas são fatos a serem esclarecidos”, observa Tatiane.
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