Não há um só brasileiro que não tenha ouvido falar da Lei Maria da Penha, uma legislação que entrou em vigor no ano de 2006 e que versa sobre a violência contra as mulheres. Considerado exemplar por várias nações, esse marco legal brasileiro teve origem na trágica história da farmacêutica cearense Maria da Penha Maia Fernandes, hoje com 79 anos.
Maria sofreu duas tentativas de assassinato por parte de seu então marido, o professor universitário e economista Marco Antonio Heredia Viveros, de nacionalidade colombiana, uma à bala e outra por eletrocussão. Os crimes ocorreram no ano de 1983, quando a vítima tinha 38 anos e o autor 36.
Esta semana, o Ministério da Mulher anunciou que Maria da Penha, idosa e vivendo numa cadeira de rodas desde que foi atingida por um tiro na coluna, terá direito a proteção policial, pois vem há algum tempo recebendo inúmeras ameaças de morte oriundos de setores da extrema direita brasileira que se autodenominam “redpills”, ou “masculinistas”, segmentos que vivem de pregar ódio às mulheres.
O pesadelo começou depois que um vídeo apresentado como documentário, desenvolvido pela produtora ‘Brasil Paralelo’ (especialista em produções de revisionismo histórico contestado por historiadores e especialistas) resolveu contar a história impondo como verdade a versão rocambolesca de Heredia, o criminoso. Ele se diz vítima, embora seja um homem condenado duas vezes pelo crime e de histórico violentíssimo com mulheres, inclusive acusado de agressão num outro relacionamento que manteve após sair da cadeia.
📸 FOTOS INTERNET E MARCELO CAMARGO / AGÊNCIA BRASIL
