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Processo do desvio das cestas básicas entra na reta final em Barra Velha

Publicado em 14/03/2024 18h00

A Justiça Eleitoral de Balneário Piçarras está nas alegações finais do processo de corrupção eleitoral ocorrida em Barra Velha, nas eleições municipais de 2020, quando, segundo o Ministério Público, mais de 4.000 cestas básicas compradas com dinheiro público foram flagradas num depósito localizado na Rua Hildegard Hess, no centro.

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Esse flagrante, na ocasião, resultou na denúncia aceita pelo Poder Judiciário e que tornou réus um vereador, um advogado, dois empresários e três servidores públicos, entre eles um ex-secretário de Assistência Social e uma assistente social.

A ação penal eleitoral foi aceita em 2 de julho de 2022, e envolvia, na época, entre outros, o vereador Allan Ricardo Batista (União Brasil), o ex-vereador Maurício Simas (União Brasil) e o empresário Sadi Ribeiro, então candidato a vereador pelo mesmo partido, e ainda um empresário dono do galpão onde houve o flagrante. Todos negam as acusações.

Por falta de provas, Maurício Simas foi retirado do processo, e todos os demais se tornaram réus. O flagrante foi feito, na ocasião, pela policial civil Tatiana Bortolaz, e o delegado responsável pelo inquérito foi Eduardo Ferraz, que atualmente trabalha em Itajaí.

O último andamento do processo foi dia 21 de fevereiro, e segundo apurou o Diário do Litoral, de Itajaí, assim que a última alegação for recebida, o juiz já estará apto a decidir. “O juiz poderá aceitar ou não o pedido para absolver Simas. Mas em geral, a lógica é que o magistrado siga o Ministério Público, e condene os demais”, aponta o advogado, que pediu sigilo de seu nome. “Claro que, caso condenados, eles poderão recorrer no Tribunal de Justiça”, completa.

No caso dos políticos – Alan e Sadi – o MP pediu a condenação por compra de votos. Os servidores envolvidos respondem por peculato, com base no Código Penal. O empresário dono do galpão também é réu.

A defesa do vereador Batista, entretanto, teve negado o pedido pela rejeição da denúncia do MP em 20 de março do ano passado. Alan justificou suposta “inépcia” e falta de “apresentação do fato criminoso”. O DIARINHO apurou que há ainda outras linhas da defesa dos réus, tentando desqualificar o flagrante das cestas.

A argumentação é de que como o flagrante foi feito pela policial Tatiane Bortolaz – então licenciada e candidata a vereadora pelo PL, partido opositor ao União Brasil –, a denúncia seria inconsistente e não traria provas, por não apontar quais seriam os eleitores beneficiados.

O juiz eleitoral Rodrigo Dadalt não aceitou a argumentação. A falta de provas alegada, na visão do magistrado, poderia ser suprida durante a instrução do processo, mas os fatos apontados como corrupção eleitoral pelo Ministério Público são consistentes “à saciedade” – ou seja, o desvio das cestas aconteceu.

Na ocasião, o jornalista André Lux, da NSC TV, não apenas comprovou o desvio, mas também localizou pessoas apontadas como beneficiárias da alimentação pública, mas que nunca receberam as cestas desviadas. As investigações mostraram que documentos falsificados auxiliaram no processo de fraude na a distribuição.

Núbia Cardoso, da distante cidade de Aiuaba, no Ceará, tinha a sua mãe como beneficiária das cestas. Mas Barra Velha fica a 3.200 quilômetros da cidade cearense. Núbia conta que sua mãe morou anos atrás em Barra Velha, mas nunca recebeu o alimento. Ela ficou até triste e indignada ao saber que usaram seu nome numa fraude.

“Esses desvios foram destinados à compra de votos”, apontou o delegado Eduardo Ferraz, na ocasião. A estimativa é 75% das cestas tenha desaparecido, ou seja, não havia controle na distribuição.

“Perseguição política”

Na ocasião da denúncia, o posicionamento de autodefesa mais contundente foi do vereador Alan, que através de advogados manifestou-se acusando serem as denúncias uma “perseguição política”.

“Não pratiquei nenhuma infração penal e provarei minha inocência”, assegurou. O parlamentar ainda frisou que é “totalmente contrário à corrupção”. Sadi e Maurício não se posicionaram publicamente sobre o fato. (Com informações da Rede Marazul).

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Esse flagrante, na ocasião, resultou na denúncia aceita pelo Poder Judiciário e que tornou réus um vereador, um advogado, dois empresários e três servidores públicos, entre eles um ex-secretário de Assistência Social e uma assistente social.

A ação penal eleitoral foi aceita em 2 de julho de 2022, e envolvia, na época, entre outros, o vereador Allan Ricardo Batista (União Brasil), o ex-vereador Maurício Simas (União Brasil) e o empresário Sadi Ribeiro, então candidato a vereador pelo mesmo partido, e ainda um empresário dono do galpão onde houve o flagrante. Todos negam as acusações.

Por falta de provas, Maurício Simas foi retirado do processo, e todos os demais se tornaram réus. O flagrante foi feito, na ocasião, pela policial civil Tatiana Bortolaz, e o delegado responsável pelo inquérito foi Eduardo Ferraz, que atualmente trabalha em Itajaí.

O último andamento do processo foi dia 21 de fevereiro, e segundo apurou o Diário do Litoral, de Itajaí, assim que a última alegação for recebida, o juiz já estará apto a decidir. “O juiz poderá aceitar ou não o pedido para absolver Simas. Mas em geral, a lógica é que o magistrado siga o Ministério Público, e condene os demais”, aponta o advogado, que pediu sigilo de seu nome. “Claro que, caso condenados, eles poderão recorrer no Tribunal de Justiça”, completa.

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A argumentação é de que como o flagrante foi feito pela policial Tatiane Bortolaz – então licenciada e candidata a vereadora pelo PL, partido opositor ao União Brasil –, a denúncia seria inconsistente e não traria provas, por não apontar quais seriam os eleitores beneficiados.

O juiz eleitoral Rodrigo Dadalt não aceitou a argumentação. A falta de provas alegada, na visão do magistrado, poderia ser suprida durante a instrução do processo, mas os fatos apontados como corrupção eleitoral pelo Ministério Público são consistentes “à saciedade” – ou seja, o desvio das cestas aconteceu.

Na ocasião, o jornalista André Lux, da NSC TV, não apenas comprovou o desvio, mas também localizou pessoas apontadas como beneficiárias da alimentação pública, mas que nunca receberam as cestas desviadas. As investigações mostraram que documentos falsificados auxiliaram no processo de fraude na a distribuição.

Núbia Cardoso, da distante cidade de Aiuaba, no Ceará, tinha a sua mãe como beneficiária das cestas. Mas Barra Velha fica a 3.200 quilômetros da cidade cearense. Núbia conta que sua mãe morou anos atrás em Barra Velha, mas nunca recebeu o alimento. Ela ficou até triste e indignada ao saber que usaram seu nome numa fraude.

“Esses desvios foram destinados à compra de votos”, apontou o delegado Eduardo Ferraz, na ocasião. A estimativa é 75% das cestas tenha desaparecido, ou seja, não havia controle na distribuição.

“Perseguição política”

Na ocasião da denúncia, o posicionamento de autodefesa mais contundente foi do vereador Alan, que através de advogados manifestou-se acusando serem as denúncias uma “perseguição política”.

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