A Havan e o empresário Luciano Hang foram condenados pela Justiça do Trabalho de Florianópolis a pagar R$ 85 milhões por coagir funcionários a votar em Jair Bolsonaro (à época no PSL), durante as eleições de 2018. A decisão é em primeira instância e ainda cabe recurso. O dono da rede de lojas afirmou, em nota, não ter cometido nenhuma irregularidade e classificou a decisão como “descabida e ideológica”.
A condenação é decorrente de ação civil pública movida pelo Ministério Público do Trabalho. Segundo a denúncia, os funcionários da Havan teriam sido obrigados a participar de “atos cívicos” na empresa. Os colaboradores teriam ainda ouvido de Hang que haveria fechamento de lojas e, consequentemente, demissões caso o adversário Fernando Haddad (PT) ganhasse a eleição.
Em nota, o empresário alegou que a decisão “é um total absurdo, porque na época dos acontecimentos, foram feitas diversas perícias nomeadas pela própria Justiça do Trabalho e nada ficou comprovado, não houve irregularidades”. Na visão de Hang, juiz deveria seguir as provas, “o que não fez, seguiu a própria ideologia”. Para ele, a sentença “trata empresário como bandido”.
A empresa repassou à jornalista Talita Catie que todas as ordens e decisões da Justiça foram cumpridas, com informações levadas aos funcionários sobre a livre expressão do voto, com o envio de mala direta no e-mail dos funcionários e colocado no display eletrônico de cada loja. Havan diz ter no quadro “funcionários de todas as ideologias políticas”.
Já o Ministério Público do Trabalho em Santa Catarina afirma ter recebido mais de 30 denúncias sobre a suposta coação. A iniciativa foi precursora e marcou o início da atuação do órgão no combate ao assédio eleitoral, que, em 2022, foi ampliada. Esta já é a segunda condenação da Havan nesse sentido. (NSC).
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