Um morador de rua identificado apenas como “Jesus” foi morto com requintes de crueldade possivelmente neste sábado (19), em Barra Velha. O caso, já tratado pela polícia como homicídio doloso (quando há intenção de matar), foi atendido inicialmente pelos bombeiros voluntários, os primeiros a chegar no corpo, na Rua Manoel Correa, bairro São Cristóvão.
A vítima levou 20 facadas e teve pelo menos três dedos arrancados pelos criminosos. A perícia apontará se o crime ocorreu no local ou apenas o corpo foi ali descartado. De início, os bombeiros voluntários não identificaram a vítima; em seguida, chegaram ao local do crime a Polícia Civil, o Instituto Geral de Perícias (IGP) e o Instituto Médico Legal (IML), para os procedimentos cabíveis.
A ocorrência foi registrada pelos bombeiros militares às 10h59 deste domingo. “Jesus” não possuía documentos, e de acordo com os bombeiros, foram 18 estocadas nas costas e outras duas perfurações no braço direito.
Os assassinos ainda deceparam dois dedos da mão esquerda (polegar e indicador) e também o dedo mínimo da mão direita.
Medo no São Cristóvão
Esse corpo aumenta a escalada de violência neste ano em Barra Velha. Desde fevereiro, já são pelo menos quatro homicídios – três deles no bairro São Cristóvão, porém, com dois casos confirmados apenas por testemunhas, e não oficialmente.
Destes casos, dois com corpos retirados do local pelos criminosos. O caso de fevereiro ocorreu num bar da Rua Ambrósio Melchioretto, onde o popular “Picanha” foi baleado e, segundo testemunhas, tirado morto do local pelos criminosos.
Semanas atrás, outros dois casos; um deles apontado como sendo na “Rua H” (moradores do local negaram que esse tenha sido o local do crime); outros apontaram como a Rua João Alberto dos Santos, onde mais uma vítima, motoboy com problemas na justiça, foi baleado e teria morrido no local; ele teve o corpo também levado. Um dia depois, houve o encontro de um corpo na Rua dos Amaros, em Itajuba, mas a princípio, não se trava do mesmo jovem morto no São Cristóvão.
Uma moradora da Rua João Felipe Ramos, lateral da Ambrósio Melchioretto, no ponto onde foi levado o corpo de Picanha, meses atrás, ressaltou que o clima no bairro é de medo, e a comunidade está cada vez mais preocupada com movimentações suspeitas e o tráfico de drogas no bairro. Letícia Firmino (nome fictício) ressaltou que o bairro simplesmente não vê rondas ostensivas da Polícia Militar, e falta efetivo na cidade.