O retorno às aulas neste segundo semestre foi de muita criatividade e difusão da literatura infantil para os alunos da Escola Isolada Municipal Perfeito Aguiar, do bairro Escalvado, em Barra Velha, por conta do trabalho da professora Silvana Casagrande.
Através de um projeto interdisciplinar, Silvana trabalhou o livro “Tombolo do Lombo” de André Neves (Editora Paulinas), com seus alunos – obra que segundo ela, abrirá caminho para trabalhar a cultura catarinense do boi-de-mamão e na sequência o folclore brasileiro, que tem seu dia comemorativo em agosto.
As imagens dos alunos mascarados, juntos dos bonecos confeccionados pela professora, chamam atenção. O projeto foi desenvolvido já pensando no 10º Porto Literário, que inicia nesta segunda-feira (7) em Barra Velha, visando a difusão do livro e da literatura.
“A literatura infantil sempre está presente no meu trabalho em sala de aula, durante todo o ano. Por eu amar os livros, por ser uma professora leitora e também por termos um projeto municipal voltado à literatura, que é o Porto Literário”, detalha Silvana.
Inspirado na cantiga popular Tangolomango e no Bumba-meu-boi, o livro trabalhado por Silvana valoriza a cultura brasileira e suas múltiplas maneiras de abordagem. A construção textual possibilita às crianças brincar com a operação de subtração, ao contar para trás.
A originalidade da criação da sonoridade na palavra trabalhada pelo autor é interessante – durante o livro, os personagens vão caindo do lombo do boi, criando um sentido de “tombo do lombo” presente no título da narrativa.
“Especialmente no início do ano e do segundo semestre, acolho os alunos contando uma nova história. Com uma contação que dá ‘vida’ aos personagens, e objetivo de levar alegria e encantamento, despertando o gosto pela leitura”, acrescenta ela.
A história contada, segundo Silvana, abre caminho para uma sequência didática que trabalha objetos de conhecimento da matriz curricular local, e desenvolve habilidades de todas as unidades temáticas, ou disciplinas.
“Os alunos já conhecem o meu trabalho e ficam na expectativa de qual será a nova história”. Alunos do Escalvado como o Pedro, que disse que conhecer o livro de André Neves “é uma brincadeira, não só uma história”, ou ainda a Júlia: “a gente aprende muito com as histórias que a professora conta”.
Henrique revelou ficar esperando as histórias. Todos eles são estudantes do 5º ano, e Silvana lembra que a escola é multisseriada, ou seja, conta com alunos do 1º ao 5º anos – como é o caso do João e do Thomas, do 3º ano. “É da hora”, classifica Thomas, ao se envolver com a narrativa.




