O aipim cultivado em solos turfosos de Itajaí pode receber Indicação Geográfica (IG). Nos últimos dias, o Planejamento Estratégico do Município de Itajaí (PEMI), em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI), promoveu um ciclo de reuniões e debates técnicos sobre o tema com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado (SEBRAE-SC). O objetivo da iniciativa é reconhecer e valorizar a produção do aipim em zonas de turfa na cidade.
A solicitação da Indicação Geográfica considera os diferenciais do produto cultivado em solos turfosos de Itajaí (terra preta), preservados e com potencial de plantio, que só existem em uma área de 300 hectares em três comunidades: São Roque, Rio Novo (Colônia Japonesa) e Espinheiros. Este tipo de cultivo confere ao aipim alto valor agregado por ter uma qualidade superior. Essa característica também já é percebida pelos consumidores, que procuram ou privilegiam o aipim com “casca suja de preto” na hora da compra, ou seja, aquele produzido em Itajaí.
O diretor executivo do PEMI 2040, Alcides Volpato, afirma que a produção de aipim e seus derivados em Itajaí, como farinha, beiju, pirão d’água, entre outros, são peculiares da cultura local e que devem ser cuidados e elevados ao patamar de patrimônio material e imaterial do município. “Isso é um legado cultural, social e ambiental para as futuras gerações”, reforça Volpato.
Solo diferenciado
Conforme o pesquisador da EPAGRI de Itajaí, Antonio Henrique dos Santos, áreas de solo turfoso são recursos naturais muito necessários, mas escassos e que demandam atenção para sua manutenção e preservação ambiental. Além disso, estes locais são ricos em polifenóis, que garantem sabor e maciez ao aipim por ter menos fibras. “Sem desconsiderar que os polifenóis são anticancerígenos”, destaca o pesquisador.



