Um médico da rede municipal de saúde de Penha foi alvo de ataque racista e xenofóbico na manhã desta quarta-feira (7), episódio que resultou até mesmo na chamada à Polícia Militar para averiguar a ocorrência.
O médico, nome inicial Oscar, veio de Rondônia trabalhar no sul do País, estava a serviço na unidade básica de saúde do centro, quando a paciente V. P. V., num quadro de hipertensão, o confundiu com um médico cubano – testemunhas da UBS ainda a ouviram falar nos corredores que não aceitaria ser atendida por médicos “cabeludos, negros ou cubanos”.
Durante a consulta, Oscar constatou que a mulher estava em crise hipertensiva. A paciente perguntou a ele o seu local de nascimento, manifestando desprezo. “Ela disse que não queria ser atendida por cubano”, relatou ele, no boletim de ocorrência.
O médico afirma que respondeu a paciente com educação, detalhando o local onde nasceu e onde se formou, segundo informou Alex Rech, do portal Penha On Line. A paciente V. P. V. novamente questionou o médico, desta vez querendo sobre a faculdade que ele cursou e por qual razão ele “saiu daquele fim de mundo e veio pra cá”.
O médico novamente respondeu com educação e ofereceu um remédio para o problema de saúde que a paciente apresentava durante a consulta. Ela se negou a aceitar. Como a crise seguia, o profissional chegou a orientá-la a continuar sendo atendida por outro médico.
Neste instante, V. P. V. afirmou que só queria ser atendida por “médico original do sul” do Brasil. Uma das enfermeiras da UBS informou a paciente sobre os crimes que ela tinha cometido contra o cubano. A Polícia Militar foi acionada, comparecendo à unidade. V. P. V. já havia saído da unidade, e foi buscar atendimento no PA 24h de Penha.
Rodrigo Medeiros, secretário de saúde de Penha, afirmou à imprensa que a pasta está apurando todas as responsabilidades da paciente, e não compactua com casos de racismo ou xenofobia.
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