Ativista da causa animal em Navegantes denunciou ao DIARINHO de Itajaí falhas no atendimento da empresa contratada pelo Município para fazer o recolhimento dos cavalos abandonados nas vias públicas ou terrenos abertos, assim como de animais vítimas de maus-tratos, principalmente por carroceiros. Falta de médicos veterinários contratados pela empresa Transcap e precariedade das instalações estão entre as denúncias. Uma suposta falta de observância da veterinária da Secretaria da Agricultura e Pesca em algumas posturas também está na denúncia, assim como compra de medicamentos abaixo da necessidade do setor.
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“O local conta com apenas quatro baias e em determinadas épocas do ano já chegou a abrigar 16 animais. A empresa recebe mais de R$ 17 mil por mês para atender esses animais e, em mais de quatro anos que a empresa presta esse serviço, cavalos chegaram a morrer pela negligência dos gestores”, completa a denunciante.
A permanência de animais por mais que o período estabelecido em contrato, podendo chegar a seis meses, segundo a denunciante, é compensado por “certos favores da secretaria à família”. Ela diz que, inclusive, essa denúncia está sendo investigada pelo MP de Navegantes.
A reportagem do DIARINHO visitou o local e, entretanto, não constatou maus-tratos e nem a precariedade das instalações. A proprietária da empresa, Márcia Norenberg Coppi, diz que a estrutura é suficiente para atender a demanda de Navegantes, pois segundo ela, raramente o local abriga simultaneamente mais de quatro animais. 16 animais estiveram abrigados em janeiro e fevereiro, mas a maioria foi retirada pelos donos no mesmo dia ou quando muito, no dia seguinte. Pelo contrato, o prazo máximo que um cavalo pode ficar na empresa é de 30 dias.
A permanência de animais por mais que o período estabelecido em contrato, podendo chegar a seis meses, segundo a denunciante, é compensado por “certos favores da secretaria à família”. Ela diz que, inclusive, essa denúncia está sendo investigada pelo MP de Navegantes.
A afirmação é contestada pelo secretário de Agricultura e Pesca, Jairo Romeu Ferracioli. “Não existe isso de favorecimento. O fato da mesma veterinária ser fiscal do contrato da Transcap e fazer a inspeção do abatedouro da família é porque estamos sem pessoal. Dos três veterinários do quadro, uma está em licença maternidade e outro saiu recentemente”, diz.Com relação à estrutura, Jairo concorda que o local deveria ter um veterinário em seu quadro, mas diz que isso é um problema contratual, uma vez que a Transcap presta serviços para o município desde 2020, quando venceu o processo licitatório. Jairo também acha oportuno ampliar o tempo de permanência dos animais na empresa e diz que essas falhas devem ser corrigidas na próxima licitação, prevista para ocorrer ainda no primeiro semestre deste ano. O suposto favorecimento do prestador de serviços está sendo investigado no inquérito que tramita na 4ª Promotoria de Justiça da Comarca de Navegantes.