Pelo menos cinco prisões foram efetuadas nesta quinta-feira (26) em Santa Catarina, durante a operação Fim do Mundo, desencadeada pela Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Estadual (GAECO/MP-RJ). Um casal de corretores de imóveis e outras três pessoas envolvidas com o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro foram presas na região – incluindo Balneário Camboriú, onde R$ 300 mil em dinheiro foram apreendidos.
O balanço é parcial, mas até agora, são 11 presos no total, com dez alvos de mandados de prisão preventiva e um preso em flagrante por uso de documento falso. Além de Santa Catarina, houve quatro prisões no Rio de Janeiro e uma em São Paulo.
O objetivo foi combater a lavagem de dinheiro oriunda do tráfico de drogas e armas do Estado do Rio de Janeiro, com participação de cerca de 100 policiais federais, 18 mandados de prisão preventiva expedidos e 31 de busca e apreensão nos três estados.
Segundo a PF, três grupos criminosos, juntos, movimentaram mais de R$ 100 milhões de reais, nos últimos três anos. Além dos mandados, expedidos em dezembro pela 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa do TJ-RJ, foram sequestrados 15 imóveis, 19 automóveis e duas embarcações nos municípios cariocas do Rio de Janeiro, Mangaratiba, Angra dos Reis e ainda em Balneário Camboriú e Foz do Iguaçu, no Paraná.
Além disso, foram bloqueadas mais de 32 contas bancárias vinculadas à organização criminosa. Ao todo, mais de R$ 22 milhões de reais em patrimônios foram bloqueados.
Os três grupos integravam a mesma facção criminosa, que buscava dar aparência lícita a dinheiro obtido por meio do crime.
O primeiro deles – liderado por dois irmãos, repassava drogas e armas nas comunidades do Rio de Janeiro, e utilizava o lucro da droga para compra de imóveis de alto padrão em Balneário Camboriú, tudo em nome de terceiros, com auxílio de um casal de corretores catarinenses.
Entre os denunciados, estão a mãe, as esposas e as irmãs dos líderes da organização, que gozavam de vida de luxo em Santa Catarina e movimentavam valores exorbitantes em suas contas bancárias.
O segundo grupo, responsável pela inserção de drogas no Rio de Janeiro e Belo Horizonte, utilizavam-se dos valores obtidos com o tráfico de drogas para automóveis de luxo e imóveis em condomínios de alto poder aquisitivo.
Durante a investigação foram identificados imóveis em Angra dos Reis, Mangaratiba e Recreio dos Bandeirantes, todos no RJ, sequestrados por meio de ordem judicial.
O terceiro grupo criminoso, também atuante no tráfico de entorpecentes, valia-se de empresas inexistentes ou existentes, mas com baixa atividade lucrativa, para ocultar a origem do dinheiro obtido.
Os investigados responderão pelo crime de lavagem de dinheiro e de organização criminosa, cujas penas somadas podem chegar a 24 anos de prisão.