Três deputadas catarinenses reeleitas falam dos desafios dos novos mandatos

Publicado em 06/10/2022 21h54

Entre os deputados estaduais eleitos para a Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), apenas a deputada Ana Campagnolo (PL) obteve mais de 100 mil. Com isso, ela se torna a deputada mais votada da história do Parlamento catarinense, com 196.571 votos, 4,88% dos votos válidos no Estado. A segunda mais votada foi a deputada Luciane Carminatti (PT), com 92.478 votos, que assume o seu quarto mandato, enquanto que a deputada Paulinha (Podemos), reeleita, foi a oitava mais votada, com 58.694 votos.

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Formada em História e professora, Ana Campagnolo ganhou notoriedade por ser defensora de movimentos como o chamado “Escola sem partido” e antifeminista. Ela superou o recorde existente no Parlamento catarinense que era do ex-deputado Gelson Merísio (Solidariedade) que em 2014 recebeu 119.280 votos. Na eleição de 2018, quando foi eleita pela primeira vez, Ana Campagnolo conquistou 34.825 votos.

A deputada explicou que conta com apoio de lideranças fortes atuando em seu favor em todo o Estado. “Tomamos muito cuidado com isso, atendendo desde os pequenos até os grandes municípios. Também teve a expressividade do nosso trabalho feito pela CPI do Aborto. Talvez as pessoas não lembrem, mas o requerimento de abertura da CPI teve mais de 120 mil assinaturas, então era obvio que isso teria reflexo nas urnas”, avalia.

Ela destaca ainda que já esperava o resultado positivo nas eleições deste ano por ser a única parlamentar conservadora e de direita na Assembleia Legislativa, sendo a maior ícone nacional do antifeminismo.

Segunda mais votada é petista
A deputada Luciane Carminatti (PT), que assume o seu quarto mandato, recebeu 92.478 votos. “Ainda estamos absorvendo o resultado das urnas. A gente esperava por isso, porque foram quatro anos de muito trabalho, de muita presença nos municípios, de projetos aprovados, então esperava que o resultado viesse nas urnas e de fato o resultado veio. Então, nada melhor do que a gente perceber o apoio, o apoio traduzido nesta força política, de uma mulher de esquerda num cenário estadual bastante difícil.”

Sobre a diminuição no número de mulheres no Parlamento catarinense, que passa de cinco para três, a deputada diz que já no período eleitoral falava que tinha muito medo que isso ocorreria. “Temos duas análises a fazer: primeiro, a dificuldade que os partidos têm de construir novas lideranças de mulheres, então os partidos de uma forma geral não tem colocado novos nomes ou lideranças em condições de chegar. Isso é uma tarefa que cada partido tem que fazer olhar para dentro e perceber o que está acontecendo. Em segundo lugar, tem que analisar que as duas companheiras (as deputadas Ada de Luca, do MDB, e Marlene Fengler, do PSD) que não concorreram a estadual foram para federal. Tenho uma leitura que se elas tivessem sido deputada estadual, nós teríamos a bancada no mesmo número, mantido as cadeiras.”

Para Carminatti, o grande desafio é fazer política grande. “A gente conseguiu olhar para os colegas e dialogar, nunca me furtei a isso, tanto que a gente conseguiu, mesmo sendo uma minoria de esquerda no Parlamento, ser uma das deputadas que mais aprovou leis importantes”, conclui.

Segundo mandato
A deputada Paulinha (Podemos), que foi reeleita para o seu segundo mandato, com 58.694 votos, agradeceu o apoio dos eleitores e lamentou que o governador Carlos Moisés (Republicanos) não tenha conseguido ir para o segundo turno nas eleições deste ano. “Com pesar que vejo o nosso querido governador de fora do segundo turno. Ele trouxe dignidade ao Estado e um olhar aos pequenos municípios, como o meu, Bombinhas. Apesar disso, respeito o resultado das urnas e reitero o meu compromisso de continuar trabalhando em prol de Santa Catarina.”

Ex- vereadora e ex-prefeita de Bombinhas, a deputada Paulinha conquistou 51.739 votos na eleição de 2018. Ela afirma que enxerga com tristeza a redução no número de mulheres no Parlamento. 

Paulinha avalia que o mandato conquistado será de mais desafios, principalmente para a pauta das mulheres no Parlamento catarinense. “Mas não podemos nos entregar, temos que continuar perseverando e nos esforçando para que se consiga neste cenário traduzir o sentimento das mulheres e constituir políticas públicas que sustentem essa equidade que a gente defende.”

Paulinha afirma que entre as principais bandeiras que defende há inúmeras leis feministas que não avançaram no atual mandato. “Por hora, temos que aguardar a eleição do segundo turno e avaliar quais serão as políticas públicas do próximo governo.”

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Formada em História e professora, Ana Campagnolo ganhou notoriedade por ser defensora de movimentos como o chamado “Escola sem partido” e antifeminista. Ela superou o recorde existente no Parlamento catarinense que era do ex-deputado Gelson Merísio (Solidariedade) que em 2014 recebeu 119.280 votos. Na eleição de 2018, quando foi eleita pela primeira vez, Ana Campagnolo conquistou 34.825 votos.

A deputada explicou que conta com apoio de lideranças fortes atuando em seu favor em todo o Estado. “Tomamos muito cuidado com isso, atendendo desde os pequenos até os grandes municípios. Também teve a expressividade do nosso trabalho feito pela CPI do Aborto. Talvez as pessoas não lembrem, mas o requerimento de abertura da CPI teve mais de 120 mil assinaturas, então era obvio que isso teria reflexo nas urnas”, avalia.

Ela destaca ainda que já esperava o resultado positivo nas eleições deste ano por ser a única parlamentar conservadora e de direita na Assembleia Legislativa, sendo a maior ícone nacional do antifeminismo.

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A deputada Luciane Carminatti (PT), que assume o seu quarto mandato, recebeu 92.478 votos. “Ainda estamos absorvendo o resultado das urnas. A gente esperava por isso, porque foram quatro anos de muito trabalho, de muita presença nos municípios, de projetos aprovados, então esperava que o resultado viesse nas urnas e de fato o resultado veio. Então, nada melhor do que a gente perceber o apoio, o apoio traduzido nesta força política, de uma mulher de esquerda num cenário estadual bastante difícil.”

Sobre a diminuição no número de mulheres no Parlamento catarinense, que passa de cinco para três, a deputada diz que já no período eleitoral falava que tinha muito medo que isso ocorreria. “Temos duas análises a fazer: primeiro, a dificuldade que os partidos têm de construir novas lideranças de mulheres, então os partidos de uma forma geral não tem colocado novos nomes ou lideranças em condições de chegar. Isso é uma tarefa que cada partido tem que fazer olhar para dentro e perceber o que está acontecendo. Em segundo lugar, tem que analisar que as duas companheiras (as deputadas Ada de Luca, do MDB, e Marlene Fengler, do PSD) que não concorreram a estadual foram para federal. Tenho uma leitura que se elas tivessem sido deputada estadual, nós teríamos a bancada no mesmo número, mantido as cadeiras.”

Para Carminatti, o grande desafio é fazer política grande. “A gente conseguiu olhar para os colegas e dialogar, nunca me furtei a isso, tanto que a gente conseguiu, mesmo sendo uma minoria de esquerda no Parlamento, ser uma das deputadas que mais aprovou leis importantes”, conclui.

Segundo mandato
A deputada Paulinha (Podemos), que foi reeleita para o seu segundo mandato, com 58.694 votos, agradeceu o apoio dos eleitores e lamentou que o governador Carlos Moisés (Republicanos) não tenha conseguido ir para o segundo turno nas eleições deste ano. “Com pesar que vejo o nosso querido governador de fora do segundo turno. Ele trouxe dignidade ao Estado e um olhar aos pequenos municípios, como o meu, Bombinhas. Apesar disso, respeito o resultado das urnas e reitero o meu compromisso de continuar trabalhando em prol de Santa Catarina.”

Ex- vereadora e ex-prefeita de Bombinhas, a deputada Paulinha conquistou 51.739 votos na eleição de 2018. Ela afirma que enxerga com tristeza a redução no número de mulheres no Parlamento. 

Paulinha avalia que o mandato conquistado será de mais desafios, principalmente para a pauta das mulheres no Parlamento catarinense. “Mas não podemos nos entregar, temos que continuar perseverando e nos esforçando para que se consiga neste cenário traduzir o sentimento das mulheres e constituir políticas públicas que sustentem essa equidade que a gente defende.”

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